O OHMI Estarreja foi criado para estudar os múltiplos efeitos da atividade industrial no concelho de Estarreja, pretendendo contribuir para a melhoria do conhecimento desses efeitos, bem como avaliar a evolução decorrente de intervenções para a sua mitigação já desenvolvidas na área.
Forma do OHmi (Forma do OHmi (Versão em inglês ))
Área de Estudo
A zona geográfica em estudo situa-se na Região Centro de Portugal e corresponde ao concelho de Estarreja, localizado na parte norte do distrito de Aveiro. Este município é constituído por cinco freguesias e tem uma área de 108,16 km² e 26997 habitantes (INE, 2011).
Esta região esteve sujeita a uma poluição industrial intensa desde o início dos anos 50, por albergar o segundo maior complexo de indústrias químicas do País, produzindo essencialmente sulfato de amónio, ácido nítrico e nitrato de amónio, mas igualmente resinas sintéticas (PVC). Esta atividade industrial produziu um grande volume de resíduos tóxicos sólidos que foram depositados, até 1986, em locais sem estarem devidamente preparados para o efeito. Acresce ainda que, até 1975, efluentes líquidos, com elementos potencialmente tóxicos para os ecossistemas e para a saúde humana, eram igualmente rejeitados em diversas valas de drenagem existentes na zona. Durante os anos 1990, os progressos tecnológicos registados neste setor permitiram uma redução notável das emissões de poluentes pelas indústrias químicas locais. Também nesta década registaram-se intervenções de reabilitação que resultaram numa redução significativa do passivo ambiental, quer ao nível dos resíduos sólidos, quer ao nível dos efluentes líquidos. Não obstante as mudanças observadas, existem ainda lacunas de conhecimento que justificam o desenvolvimento de projetos de investigação multidisciplinares, com novas abordagens.
Um ecossistema frágil
A zona industrial está situada junto à maior ria de água salobra de Portugal (Ria de Aveiro), com canais que se estendem até à zona onde se localiza o Complexo Químico de Estarreja. A Ria de Aveiro é um meio ecologicamente rico, sendo o habitat natural de numerosas espécies de aves aquáticas e terrestres. Esta zona é definida como Zona de Proteção Especial (ZPS) no âmbito da Diretiva Europeia para a proteção das aves. A presença deste sistema lagunar constitui também uma área de eleição dos estudos do observatório, dada a sua sensibilidade e vulnerabilidade.